
Mulheres ganham em média 20,5% menos que os homens
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/2019, que está em análise na Comissão Especial, é um assunto importante e pouco explicado pela mídia e pelo governo. As alterações que o texto propõe são consideradas “duras” e “drásticas” e, em razão disso, causam preocupação principalmente em relação às aposentadorias das mulheres.
De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as mulheres ganham em média 20,5% menos do que os homens. Além disso, ficam fora do mercado para cuidar dos filhos e deixam de contribuir para Previdência, o que prejudica o acesso à aposentadoria pelo tempo de contribuição.
Ainda segundo o levantamento do IBGE, em 2018, as mulheres dedicaram quase o dobro de tempo que os homens às atividades domésticas. Elas gastam em média 21,3 horas por semana com obrigações de casa e cuidando de pessoas. Já os homens consumiram cerca de 10,9 horas com as mesmas atividades .
Desconsiderando completamente esse cenário, a PEC 006/2019 estabelece e mesma regra de cálculo para homens e mulheres. Se a reforma for aprovada, ambos terão que contribuir por 40 anos para ter acesso a 100% da média de contribuição. Mas, no caso das mulheres, as novas regras de acesso podem impedir a aposentadoria.
Segundo o estudo Desproteção Social: Impactos da Reforma da Previdência no Contexto Urbano, publicado pela Consultoria Legislativa do Senado em 2017, a exigência de 20 anos de contribuição mínima aos 62 anos de idade impedirá a aposentadoria de 39% das trabalhadoras urbanas.
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